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UM DOCE ALÍVIO DE DOR
Uma prática estabelecida já há longa data no seio de muitas famílias muçulmanas, consiste em colocar na boca de um bebé recém-nascido, uma pequena porção de tâmara ou outra fruta doce, previamente mastigada.
Esta prática é uma tradição do Profeta Muhammad (S), pois assim como consta no Al-Qur’án, ele foi enviado para a Humanidade como misericórdia, e com a arte da cura.
Da origem deste hábito podemos deduzir que há virtudes na sua prática. A colocação de uma pequena porção de uma substância doce na boca de um bebé recém-nascido, pode reduzir substancialmente a sensação de dor, e também o palpitar anormal do coração.
Um interessante estudo científico publicado no “British Medical Journal” (edição número 6993 de 10 de Junho de 1995) provou, sem qualquer margem para dúvidas, o benefício de dar açúcar a um bebé recém-nascido. Esta prática reduz a dor que o bebé pode sentir num procedimento que seja doloroso, como por exemplo, quando se lhe pica o calcanhar para a recolha de amostra de sangue, ou antes da circuncisão.
O estudo intitulado “The Analgesic (Pain Killing) effect of sucrose in full term infants: A Randomised Controlled Triall” foi feito por Nora Christopher Wood; Gillian Griffiths; e Malcolm Levene na Enfermaria Geral dos Cuidados Pós-Natal de Leeds, na Inglaterra.
Foram escolhidos aleatoriamente 60 bebés saudáveis, para receber cada um 2 ml de um dos quatro líquidos preparados: 12,5% de açúcar (sucrose); 25% de açúcar (sucrose); 50% de açúcar (sucrose) com água esterilizada (control).
Ao primeiro grupo de 30 bebés foi ministrado o xarope de açúcar antes do teste rotineiro de sangue (picadela no calcanhar, habitualmente dolorosa), teste este feito para detectar icterícia, enquanto ao outro grupo de igual número de bebés foi-lhe ministrada apenas água esterilizada.
Ao primeiro grupo ao qual se ministrou, por via da colocação na língua de 2 ml de 25% ou 50% do líquido doce preparado, antes da picada no calcanhar, reduziu significativamente o tempo de choro, comparativamente ao outro grupo a quem se ministrou apenas água.
Para além disso, o palpitar de coração desses bebés voltou ao seu normal em menos tempo. Quanto mais doce for o líquido com açúcar preparado, maior será o seu efeito, bem como menor será o tempo de choro.
Daqui podemos concluir que o sucrose (açúcar) colocado na língua do bebé pode ser uma forma útil e segura de uso analgésico nos bebés recém-nascidos.
Blass e Hoffmeyer também mostraram que 12% do líquido preparado a partir do açúcar ministrado oralmente, reduziu significativamente a duração do choro nos bebés recém-nascidos submetidos à picada no calcanhar, ou à circuncisão.
Este estudo foi publicado no Jornal “The Independent” do dia 9 de Junho de 1995, bem como num artigo no “British Medical Journal”.
A prática do Profeta Muhammad (S) está registada em colectâneas dos seus dizeres, em especial nas colectâneas autênticas de Bukhari e Musslim. Abu Buradah narrou de Abu Mussa (R) que disse: “Eu tive um bebé recém-nascido, que levei-o para junto do Profeta Muhammad (S). Ele deu-lhe o nome de Ibrahim. De seguida mastigou uma tâmara, tomando uma parte daquele bolo alimentar e esfregando-o no interior da boca do recém-nascido. E orou a favor do meu bebé”.
Portanto, catorze séculos depois, a ciência provou que pôr uma tâmara ou uma fruta doce na boca de um bebé recém-nascido, reduz a sensação de dor, e normaliza a arritmia cardíacas.
E é assim que Deus, desde que criou o Ser Humano enviou orientações para melhorar a vida das pessoas enquanto estiverem aqui no mundo terreno, até ao dia em que forem transferidas para Vida do Além.
Toda a criança que nasce, tem na sua essência e por igual, a capacidade para o bem, assim como para o mal. Cabe aos pais o papel de afastar os filhos dos caminhos tortuosos, e orientá-los para o bem.
E é por isso mesmo que o Isslam atribuiu uma grande importância aos filhos no que respeita à boa educação. Definiu direitos dos filhos para com os seus pais, bem como dos pais para com os filhos. De entre os direitos dos filhos sobre os pais, consta o Azhaan (chamamento) em voz baixa nos ouvidos do bebé, logo à sua nascença, pôr-lhe algo doce na boca, circuncidá-lo (no caso dos rapazes), fazer Aquiqa (sacrifício animal), rapar os cabelos, amamentá-lo, dar-lhe um bom nome isto é, com um bom significado, etc.
Os nossos filhos são o nosso futuro, razão pela qual eles merecem toda a nossa atenção.
[Shk. Aminuddin Muhammad, aos 31 de Julho de 2019]
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